Era uma vez, há muitos, não muitos anos, um grupo de meninos que andavam num jardim escola e tinham uma educadora um bocadito "tolitates"e que passava a vida a "inventar ideias".
Um dia, inventou que queria construir um teatro dentro da sala dela e dos meninos, só não sabia como é que havia de fazer tal coisa!
- Um teatro?-pensava ela com a cabeça cheia de tantas ideias, que até lhe encaracolavam o cabelo. - Devo estar maluquinha da cabeça!
Mas como ela era uma educadora que não desistia com facilidade, meteu a sua ideia num sonhóenvelope enviou-a para a fábrica onde os gnomos trabalham as ideias sonhadoras e esperou que eles lhe mandassem resposta.
Esperou um dia, uma semana, um mês e quando estava mesmo a ficar com os cabelos espetados de tanta espera, os gnomos resolveram aparecer para terem uma " conversinha de pé de orelha":
_ Olha lá ó Quica, tu já pensaste que é um sonhidéia um bocadinho esquisito?Não queres escolher outra coisa qualquer, como por exemplo um cabeleireiro, um consultório ou qualquer outra coisa que não seja tão complicada? Perguntou o Barrete Amarelinho que era o chefe dos gnomofazedordesonhos.
-Não, não e não! Respondeu a Quica já a ficar com os cabelos a deitar fumo! - Não são capazes de me ajudar? vou já bater à porta dos duendes!
- Não claro que não, não faças isso, disse o gnomo Barretinho Vermelho, nós vamos dar solução ao teu sonhidéia. Esta noite vamos pedir um conselho à Maria Estrela que sabe muitas coisas e depois sopramos-te um sonhideia para o teu teatro.
A Quica ficou toda contente. Ela sabia que os gnomos não gostam mesmo nada dos duendes, porque eles são muito traquinas e passam a vida a estragar-lhes os sonhidéias.
Assim, ficou à espera de receber o seu Sonhidéia durante essa noite.
Ao outro dia a Quica apareceu no Jardim Escola com um ar um bocadinho esquisito!
Andava pensativa, muito quieta e distraída.
Claro que os Manéis aproveitaram logo para fazer das suas e andavam numa grande correria à volta da mesa. Tão depressa que ningém deu conta, a Quica apagou a luz e ficaram rodeados por uma luz azulada que filtrada pelas cortinas da sala, fazia brilhar milhares de pózinhideias.
Os meninos ficaram muito caladinhos e a Quica disse-lhes:
- Olhem para as nossas cortinas, estão a brilhar...
A Maria, que estava sempre pronta para sonhar, disse baixinho:
- São as Fadinhas; é o pózinho da Sininho!
E durante uns pequeninos mas gordos segundos, a Magia entrou na sala e envolveu todos com pózinhos de sonho!
E como apesar de ser Janeiro, estava um bocadinho de calor, disse as palavras mágicas que todos os meninos de todos os jardins escolas do mundo, gostam de ouvir:
-Podem ir lá para fora brincar um bocadinho!
Enquanto o diabo esfrega um olho, desapareceram todos, todinhos, e só se ouviam risos de brincadeiras no recreio.
Então a Quica e a Andreia, que era uma aprendidéias, sentaram-se numa mesa e começaram a escrever ...
( ver foto da carta é a original)
(cont.)